Uma aparente concepção humanista, capitalista e espiritual em pleno ano de 2014 do século XXI.
(David Lorenzon Ferreira)
O ser humano é percebido como uma criatura singular (mesmo os indivíduos gêmeos, trigêmeos, etc…), possuem espíritos e personalidades distintas, mesmo que o seu corpo seja igual ou muito semelhante ao outro ou aos demais. Nós aprendemos a nos distinguir uns dos outros pela cor da pele, pelo status social, pela religião, pela opção sexual e de gênero, pelo time de futebol, pelas escolhas partidárias e atualmente pelas etiquetas penduradas em nossas vestes, pela marca do carro, celular, pela raça do nosso cachorro ou gato, por isso ou por aqui, o que gera diversas disputas, inveja, intrigas, crimes por motivos torpe, passionais.
Nascemos iguais, nascemos nus e sem rótulos. Somos rotulados por aqueles que nasceram antes de nós a partir da maternidade e esses nos ensinam a diferenciar isso ou aquilo pelo seu valor de mercado, nos ensinam a amar e idolatrar esse ou aquele deus, mas infelizmente nos ensinam a odiar e também a matar. Nós nos reconhecemos como indivíduos pertencentes a uma determinada sociedade a partir do momento em que estamos inseridos em um grupo, tribo, comunidade ou rede social; através do qual nos afirmamos como pessoa e não como coisas. Entretanto a nossa existência atualmente afirma-se pelas coisas que temos e não pelo o que realmente somos ou podemos nos tornar com o passar do tempo.
Adquirimos conhecimento de mundo a partir do momento em que assimilamos cognitivamente as relações sociais que nos cercam e por tudo aquilo que desejamos aprender sobre o mundo que nos cerca, agindo de acordo com nossa fé para obter a recompensa de uma feliz vida eterna após esta experiência de vida. Outros preferem aproveitar ao máximo dos prazeres terrenos / mundanos, já que temem o que irão encontrar na vida após esta vida.
A história de cada pessoa é construída concomitantemente com a descoberta da história de seu povo, de sua comunidade e religião (ou a falta dela) e através dos valores de nossa família. Esse processo dá ao homem a sensação de liberdade de agir de acordo com a sua vontade baseado nos princípios morais que nortearam a sua criação e desenvolvimento físico e mental.
Deus confiou ao homem sua criação natural para que ele se servisse dela e a conservasse. Ao ferir o seu meio ambiente e todos os ecossistemas que deste fazem parte, o homem trai a confiança dada por Deus aos homens, que de boa vontade transformam o meio em que vive ao explora ao máximo as riquezas naturais, extraindo-as para gerar matéria prima que após processada irá gerar lucro, satisfazendo assim suas ambições e realizações materiais – atos nada solidários com a humanidade.
Ser um ser humano no século XXI – um ser humano pensante e não alienado – é tentar resgatar os princípios e os valores perdidos ontem, para que possamos redimensionar o sentido do ser e do ter hoje, para que haja esperança em um futuro imediato ou próximo. Se almejarmos um agora e um futuro melhor para toda a humanidade, temos que planejar ações a curto, médio e longo prazo, desta maneira ainda haverá esperanças para aqueles que povoarem a Terra nos próximos séculos. Para que isso ocorra, torna-se imprescindível que o processo para repensar uma educação igualitária e gratuita para todos, possa por fim transformar (libertar) o homem em algo além e melhor do que sua natureza primata, afinal de contas não somos todos macacos?