Familiares, amigos e um grupo de ciclistas estão organizando uma manifestação às 17h de hoje (30), no cruzamento das avenidas Armando de Salles Oliveira e Torquato da Silva Leitão, local do atropelamento que matou Anderson Cleyton de Souza, de 39 anos, há uma semana. As informações sobre a manifestação foram enviadas pela irmã da vítima ao PIRANOT.
Segundo a Polícia Civil e testemunhas que estavam no local na hora do acidente, a vítima foi atingida por um veículo Tiguan branco, que era conduzido por uma médica pediatra, de 38 anos. Ainda de acordo com informações, após o atropelamento, ela fugiu do local sem prestar socorro a Anderson Cleyton, que morreu no hospital horas depois.
Em entrevista ao Jornal PIRANOT, na manhã desta quinta-feira (29), o delegado Vagner Rogério Romano, responsável pelas investigações do caso envolvendo o atropelamento e morte de Anderson Cleyton de Souza, deu mais detalhes dos fatos e disse que logo após o acidente a ocorrência foi apresentada no Plantão Policial de Piracicaba (SP), onde foram adotadas todas as providências imediatas.
Ele contou que não se tinha notícias da causadora do acidente e nem da placa do veículo, apenas a cor e o modelo do carro. Segundo o delegado Romano, a médica se apresentou na delegacia no mesmo dia, no período da noite, para prestar depoimento e contar sua versão da história. Na mesma noite, o veículo envolvido no atropelamento foi periciado na delegacia.
Ainda segundo o Dr. Romano, a médica apresentou a justificativa de que não parou para prestar socorro porque acreditou que o acidente não tinha sido provocado pelo veículo dela. E que ela teve o cuidado de verificar que as pessoas já estavam prestando socorro à vítima, e por isso deixou o local.
“Os policiais do 1º DP foram em busca de câmeras de monitoramento, não só da CEMEL (Central de Monitoramento Eletrônico), como também de imóveis comerciais no entorno do local dos fatos. Nós estamos aguardando ainda essas imagens”, afirmou o delegado.
Uma data já foi agendada para colher depoimentos dos policiais militares que atenderam a ocorrência.
“Em breve, com todas essas informações e vindas dos laudos, nós poderemos avaliar a eventual responsabilidade da médica que teria deixado o local logo após esse acidente”. “Nenhuma possibilidade está descartada, vamos investigar todos os fatos. Por isso que os policiais estão dando prioridade a esse caso, para solucionar em um curto espaço de tempo”, contou o delegado.
Ele finalizou dizendo que está aguardando as imagens das câmeras para confrontar com os laudos que foram requisitados para a perícia da cidade. Se os crimes de homicídio culposo e omissão de socorro forem realmente confirmados, ela poderá responder por homicídio culposo com aumento de pena por ter deixado o local logo após o acidente.
Sepultamento
Anderson Cleyton de Souza foi sepultado às 10h, do dia 27 de abril, no Cemitério Municipal da Vila Rezende. Segundo a funerária Grupo Bom Jesus, ele deixa os filhos Caroline Paulino de Souza, Andressa Fischer de Souza (já falecida) e Fabricio Paulino de Souza. Deixa ainda demais parentes e amigos.
O caso
Segundo apuramos no local, o acidente foi por volta das 16h da última sexta-feira (23), no cruzamento das avenidas Armando Salles de Oliveira e Torquato da Silva Leitão. Conforme já mencionamos, a motorista do veículo fugiu sem prestar socorro.
Após os atendimentos médicos no local, ele foi socorrido ao Hospital dos Fornecedores de Cana em estado grave e faleceu por volta das 20h. A vítima perdeu parte do couro cabeludo, alguns dentes e sofreu um traumatismo cranioencefálico (TCE) grave.
No dia do atropelamento, ele estava sem documentos e tinha somente uma carteira com R$ 24 reais dentro e um maço de cigarros no bolso. O corpo ficou no IML (Instituto Médico Legal) aguardando o reconhecimento da família e liberação para o sepultamento.