Para ativista, manifestação foi liderada pela elite
O ativista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais), Anselmo Figueiredo, que organiza em Piracicaba a “Parada Gay”, criticou os protestos que pediram o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), em Pracicaba – SP.
Ao ler a reportagem da cobertura do PiraNOT durante todo o dia de hoje, o ativista, revoltado, disse que “Essas pessoas, em sua maioria classe média, é contra os programas sociais, direitos humanos e a diversidade cultural”.
Figueiredo não está em Piracicaba, mas acompanhou pelas redes sociais a cobertura do site. Ele expressou, assim como muitos brasileiros, o desejo pela reforma política, projeto abraçado por Dilma. A presidenta enfrenta problemas com o Senado que não quer levar o projeto, redigido por movimentos sociais, a sério. “Deviam pedir reforma política e o fim do financiamento privado de campanhas políticas” disse.
O ativista criticou ainda a cobertura realizada pela TV Globo, hoje investigada pela Lava Jato. Segundo o Partido dos Trabalhadores, a emissora é uma das empresas brasileiras que tem conta no banco HSBC na Suíça onde enviava dinheiro para sonegar impostos. “Contra qual corrupção eles são contra? Não compartilho essa manifestação golpista, contra a democracia. Fora Rede Globo golpista e sonegadora de impostos” completou.
O PiraNOT questionou Figueiredo se ele apoia o Governo Federal. “Apoio os programas sociais e muitas ações do governo federal, assim como algumas do estado e de nossa prefeitura, mas não se trata disso” disse ele que tenta justificar o motivo que levou o país as ruas. “Existe um projeto de pais de uma pequena elite branca milionária que não suporta ver a esquerda no poder. Não sabem perder. Isso é golpe”.
O ativista criticou ainda o Senador Aécio Neves (PSDB). “Fez um péssimo governo em Minas, está sendo investigado, senador que menos trabalhou, até a revista Veja publicou isso, e queria ser presidente? Além de ser um machista e classista” disse.
Outro internauta, R.Z., funcionário público de Charqueada, também usou as redes sociais para criticar o manifesto. “Muitos pedem impeachment, mas não entendem como isso é decorrido, quem ficará após no comando. Muitos ali estão por estar, pois não sai nada do bolso no final do mês, não sabe o que é lutar para ter algo, ser algo” e completa “Desejo um país melhor para viver, mais correção, menos corrupção, porém tudo em seu tempo” disse.
Figueiredo criticou ainda a política existente hoje no país. “São interesses deles que estão em jogo e não verdadeiramente do povo”.
O Governo Federal, desde a época de Lula (PT), vem desenvolvendo projetos e leis a favor do público LGBT. Alguns desses, como o “Brasil sem homofobia”, lançado em 2004, vem sendo criticado pelos políticos evangélicos. Neves votou contra alguns projetos e leis sobre esse assunto.