A Artesp (Agência Reguladora do Transporte do Estado de São Paulo) afirmou, nesta terça-feira (19), que irá revisar a instalação da praça de pedágio no km 180 da rodovia Piracicaba-Charqueada (Hermínio Petrin). A informação foi dada após um apelo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, que sugeriu estudos para que o pedágio fique mude para o km 182+250 da rodovia.
A sugestão do novo trecho foi apresentada na manhã desta terça-feira (19), por meio de uma reunião por videoconferência com os diretores da agência, Renata Dantas (assuntos institucionais), Alberto Silveira Rodrigues (operações), Pedro da Silva Brito Júnior (investimentos), e Fernando Hurtado (assessoria parlamentar da Artesp). De Piracicaba, participaram Gilmar Rotta (presidente da Câmara), Pedro Kawai (vice-presidente), e os vereadores Paraná, Isac Souza, José Longatto, Laércio Trevisan Jr, Marcos Abdala, Nancy Thame, Paulo Henrique, e Tozão (PSDB). A reunião também contou com participação de Roberto Morais (deputado estadual), Romero Rocca e Wilson Tietz (vereadores de Charqueada), além de Valdemar Correr (representante dos bairros Santa Olímpia e Santana).
Para o presidente Gilmar Rotta, a postura da Artesp é sensata. “Em nome da Câmara, agradeço os diretores por entenderem o nosso clamor, que é também o das comunidades de Santana e Santa Olímpia. A Câmara está atenta à demanda dos dois municípios, Piracicaba e Charqueada. Daremos o prazo para que façam o estudo e, assim que estiver pronto, teremos uma nova reunião”, disse.
O deputado Roberto Morais também disse que está atento às discussões. “Sou da Comissão de Transportes da Alesp e fui o único deputado presente no movimento das comunidades. A praça de pedágio nas proximidades de Santana e Santa Olímpia provocará aumento de caminhões de lenha e treminhões das usinas de cana. Os bairros seriam destruídos em meia hora”, declarou.
Segundo Alberto Rodrigues, diretor de operações da Artesp, a mudança para o km 182+250 não estava entre os trechos analisados e por isso será necessário um novo estudo técnico. “Este é um novo local, que surgiu como consenso entre os vereadores. Precisamos de alguns dias para elaborar o trabalho e darmos uma posição dos impactos. Teremos outras reuniões, para avançarmos com os vereadores e o deputado. Quando pensamos em um pedágio, não se fala apenas de engenharia e trafego, mas de pessoas, por isso a preocupação social”, disse.
A diretora de assuntos institucionais da Artesp, Renata Dantas, informou que embora já tenha ocorrido a assinatura de contrato com a empresa executora da obra, ainda há a possibilidade do local ser alterado. “Os contratos já preveem a alteração da localização. A escolha não é aleatória. No primeiro estudo, a sugestão era do KM 182. Recebemos contribuições e notamos problemas naquela localidade. Fizemos outro estudo, acompanhados de técnicos de renome no mundo, e chegamos ao KM 180. Mas estamos aqui para dizer que existe a possibilidade de rever”, declarou.
Os diretores mencionaram ainda que as comunidades localizadas próximas ao pedágio terão tarifa decrescente, uma espécie de tarifa social, além de construção de limitadores de altura e largura em vias com potencial de se tornarem rota de fuga.
Preocupação
Para o vereador Laércio Trevisan Jr, é preciso garantir o direito de ir e vir dos moradores. “O pedágio não pode taxar esses moradores. Tem que rever, a partir dos princípios constitucionais da legalidade, razoabilidade e moralidade. O km 182+250 é o ideal”, disse.
A vereadora Nancy Thame, comentou as peculiaridades dos bairros. “Seus pequenos produtores rurais estão sofrendo os impactos da pandemia. Os moradores precisam ter o direito do ir e vir para estudar e trabalhar. Mesmo que exista uma redução do valor da tarifa, será bastante impactante.”
Morador da região de Santa Teresinha, José Longatto disse ser “partícipe e solidário ao conclamo das comunidades” e questionou a Artesp sobre melhorias nas rotatórias do bairro Parque Piracicaba e em frente ao posto Bigaton.
Já o vereador Tozão reforçou a unidade de pensamento dos vereadores, em torno da causa. “Temos, aqui, vários vereadores com a mesma ideia, mesmo que sejam de diferentes partidos.”
Na opinião do vereador Marcos Abdala, é preciso que o impacto social da praça de pedágio seja levado em conta pela agência. “Eles dependem muito da cidade de Piracicaba, é um corredor natural para idas e vindas. Não somos contra o progresso, mas o pedágio acarretaria no aumento do custo de vida dos moradores”, declarou.
O vereador de Charqueada, Wilson Tietz disse que os moradores de seu município ficaram surpresos com o levantamento sendo realizado pela empresa Cape Engenharia para o km 187, o que provocaria a divisão dos bairros Santa Luzia e Recreio. “Reforço que o km 182+250 realmente é o ideal”, enfatizou.
Já Waldemar Correr, representante das comunidades, agradeceu o apoio da Câmara. “Com todas as tecnologias que existem, é importante que as pessoas se pautem pelo parecer técnico, mas não se esqueçam dos problemas que nossos bairros enfrentarão. A gente agradece o apoio da Câmara, do prefeito e do deputado. Não podemos ficar separados do município de Piracicaba.”
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