Na tarde desta quinta-feira (10), o psiquiatra Josemar de Lima Oriani, do Grupo São Francisco, concedeu uma importante entrevista ao Jornal PIRANOT, onde falou um pouco sobre a depressão. Conhecida como “A Doença do Século”, a depressão tem cada vez mais acometido pessoas mais jovens e das mais distintas classes sociais. É uma doença, aliás, que requer uma série de cuidados.
“A angústia e a tristeza fazem parte de nosso cotidiano, isso é normal, até porque depois nos recuperamos. Porém nós precisamos entender que a angústia e tristeza devem ter um tempo de permanência em nossas vidas. A partir do momento que eu não consiga mais lidar com essa angústia e ela passa a se tornar parte de minha vida cotidiana, limitando minha relação profissional e conjugal, aí é hora de buscar ajuda”, diz o psiquiatra.
A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, além de distúrbios do sono e do apetite.
O curioso é que o número de jovens com depressão — e até de crianças — aumenta a cada dia no Brasil. Os atendimentos ambulatoriais e internações no Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados à depressão cresceram 52% entre 2015 e 2018, passando de 79.654 para 121.341. Na faixa etária de 15 a 29 anos, o crescimento foi de 115%, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde divulgado em setembro de 2019.
“Nesses últimos meses de pandemia, tenho acolhido em meu consultório cada vez mais crianças, adolescentes, pessoas de idade madura e idosos. Como nunca passamos por uma pandemia antes, temos muitas dúvidas em nossa mente; e onde há dúvidas, paira também muito sofrimento. Vejo cada vez mais crianças e jovens com depressão”, explica. Confira, abaixo, a entrevista que o psiquiatra Josemar Oriani concedeu ao PIRANOT.
Setembro Amarelo
Saber reconhecer em si mesmo ou em alguém próximo sinais de que a saúde mental não vai bem é o primeiro passo para prevenir suicídio. É isso que a campanha Setembro Amarelo, que é organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), traz para a reflexão tão importante, ainda mais em plena pandemia de coronavírus que, além de causar tantas perdas, provoca medo e ansiedade.
O suicídio pode ocorrer em todas as classes sociais e idades e há vários fatores que podem contribuir. Os principais são doenças mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outras; desemprego, isolamento social, perdas recentes, condição de saúde limitante, como dor crônica e doença incapacitante, e herança genética. Mas, por outro lado, há fatores que protegem a pessoa de ter tendência suicida. Entre eles estão ter elevada autoestima, bom suporte familiar, laços sociais fortes com a família e amigos e religiosidade, independente de credo.