São Paulo amanheceu nesta segunda-feira (11) com cara de quarentena. É que o trânsito da metrópole não registra congestionamento desde as primeiras horas do dia.
Por volta das 8h30, houve apenas 1 km de lentidão na cidade, segundo medições da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Das 9h às 11h, a cidade seguia com sem filas de veículos.
Esse é um reflexo do primeiro dia em que passou a valer o megarrodízio de veículos -mais ampliado e restritivo. A medida é mais uma tentativa da gestão Covas (PSDB) para elevar os índices de isolamento social da população durante a pandemia do novo coronavírus.
Mas para Edson Caram, secretário de Mobilidade e Transportes da gestão Covas (PSDB), a redução do volume de veículos em circulação ainda não é a esperada.
“A princípio, dá pra notar que há uma diminuição no volume de carros andando na cidade de São Paulo. Ainda não é o esperado, a população ainda está se deslocando de uma forma além daquilo que nós queremos”, disse em entrevista à TV Globo.
São Paulo atingiu, neste último sábado (9), índice de isolamento social na casa dos 50%, quando o ideal é 70%, segundo as autoridades de saúde.
O megarrodízio é válido para todos os dias da semana, inclusive aos sábados e domingos, durante as 24 horas do dia, e as restrições para a circulação de veículos abrangem toda a cidade, não apenas o centro expandido como na regra anterior.
A única exceção ocorrerá no dia 31, um domingo, quando o rodízio não será aplicado. Nos dias pares, podem circular os veículos com final das placas pares (0, 2, 4, 6, e 8).
Já nos dias ímpares, como nesta segunda-feira, trafegam veículos com final das placas ímpares (1, 3, 5, 7, e 9). De acordo com a prefeitura, o novo sistema de rodízio aumenta a restrição da circulação de carros de 20% para 50%, segundo a prefeitura.
A prefeitura colocou mil ônibus a mais nas ruas da capital e deixou outros 600 preparados para um eventual aumento na demanda de passageiros.
A reportagem procurou a SPTrans para saber se houve aumento no volume de passageiros nos ônibus nesta segunda, mas a companhia informou que o dado só estará disponível nesta terça-feira (12).
As frotas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), do Metrô e da EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) também poderão sofrer ajustes se houver a necessidade.
Estão de fora do novo rodízio, veículos particulares de servidores da segurança pública, funcionários do serviço funerário, profissionais da imprensa e fiscais, além dos profissionais de saúde e de imprensa, entre outros.
BLOQUEIO DE RUAS
Antes do novo rodízio, a administração do prefeito Bruno Covas (PSDB) tentou segurar o paulistano em casa por meio de bloqueios em vias da cidade.
Os bloqueios causaram efeito contrário, com congestionamentos, inclusive, de ambulâncias.
No dia 4 deste mês, uma segunda-feira, as interdições provocaram 11 km de congestionamento na faixa de horário entre 8h e 9h, e 21 km de lentidão às 8h daquela manhã, segundo a CET.
Sem nenhum efeito prático no aumento dos índices de isolamento social contra o novo coronavírus, os bloqueios de ruas e avenidas foram suspensos.