Há quem diga que a beleza do esporte está em sua imprevisibilidade. Afinal, qual graça teria uma competição se sempre os favoritos vencessem? Sem entrar no mérito das justiças e injustiças dentro das quatro linhas, cinco equipes marcaram a história do futebol brasileiro nos anos 2000, protagonizando algumas das maiores zebras já vistas nos campos do país.
São Caetano, na Copa João Havelange de 2000
Um dos campeonatos mais polêmicos de todos os tempos no Brasil tinha tudo para ser lembrado somente pelas confusões extracampo que dirigentes protagonizaram para viabilizar o certame nacional do ano 2000. Mas, pelo bem do esporte, o que acabou chamando mais atenção foi a meteórica campanha do São Caetano, que culminou com a ascensão de um time duas vezes vice-campeão brasileiro, finalista da Libertadores em um Pacaembu lotado e campeão Paulista.
Segundo colocado do módulo amarelo (espécie de Série B do Campeonato Brasileiro na época) na Copa João Havelange, a equipe do ABC Paulista ganhou o direito de disputar o mata-mata da elite e foi eliminando times gigantes, como Fluminense, Palmeiras e Grêmio, para chegar até a final. Somente o Vasco, de Romário, Juninho Pernambucano e Juninho Paulista, foi capaz de parar o Azulão, ficando com o título nacional daquele ano.
Asa de Arapiraca, na Copa do Brasil de 2002
Talvez essa tenha sido a maior façanha do clube alagoano em seus quase 70 anos de fundação. Em maio de 2002, o Asa visitava o Palmeiras no antigo Parque Antártica para o jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil. Na ida, em Alagoas, vitória dos donos da casa por 1 a 0. Na volta, mesmo com um jogador a menos, segurou a derrota por 2 a 1 em São Paulo e se classificou graças ao critério do gol marcado fora.
Paysandu, na Copa dos Campeões de 2002
Criada em 2000 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Copa dos Campeões era uma competição que reunia os vencedores e mais bem colocados dos então torneios regionais da época, como o Rio-São Paulo, Copa Sul-Minas, Copa do Nordeste, Copa Centro-Oeste e Copa Norte.
Na terceira e última edição do certame, em 2002, o Paysandu surpreendeu e foi o grande campeão. Depois de se classificar em um grupo com Fluminense, Náutico e Corinthians, eliminou o Bahia nas quartas, Palmeiras na semi e bateu o Cruzeiro na final. Com o título, o Papão da Curuzu ganhou o direito de disputar a Copa Libertadores da América do ano seguinte, quando foi até as oitavas e ficou perto de eliminar o Boca Juniors, que viria a ser o campeão sul-americano.
Santo André, na Copa do Brasil de 2004
Uma das grandes surpresas do futebol nos anos 2000 foi, sem dúvida, o título do Santo André na Copa do Brasil. Com um elenco pouco conhecido, composto por jogadores que depois não tiveram mais nenhum destaque na elite nacional, o Ramalhão deixou pelo caminho equipes como o Atlético-MG, Guarani e Palmeiras, até surpreender o Flamengo em pleno Maracanã e ficar com a taça.
Paulista de Jundiaí, na Copa do Brasil de 2005
No ano seguinte, outra zebra acabou faturando a maior competição de mata-mata do país. Comandada pelo técnico Vagner Mancini, a equipe de Jundiaí tinha em Márcio Mossoró seu grande destaque, mas também faziam parte do elenco jogadores como Finazzi e Cristian, que jogaram no Corinthians, e os futuros ídolos do Atlético-MG, Réver e o goleiro Victor, então reserva do Paulista. A campanha rumo ao título contou com vitórias sobre Juventude, Botafogo, Internacional, Figueirense, Cruzeiro e Fluminense.
Azarões nas casas de apostas
No mercado atual, campanhas surpreendentes como essas chamariam a atenção de muitos apostadores, de olho em maiores rendimentos. Diferentemente daquela época, hoje a maioria das casas de apostas do futebol brasileiro atuam online e contam com uma infinidade de categorias, com opções de palpites para jogos específicos, campeões de um torneio e muitas outras possibilidades.
Mas, afinal, como exatamente são definidos os valores pagos em cada partida? Para determinar as cotações das equipes, e consequentemente quem são favoritos e zebras, os sites de apostas contam com um time de especialistas que analisam diferentes variáveis de um jogo ou competição.
Eles levam em consideração fatores como mando de campo, força dos elencos, momento dos clubes no torneio em questão, retrospecto histórico entre os adversários, além de elementos mais subjetivos, como motivação e apoio da torcida.
Nos casos elencados mais acima, o fator surpresa teria sido determinante em quase todos os itens observados, provando assim que, apesar de todos os prognósticos, o futebol ainda é uma caixinha de surpresas.