O pescador Francisco Mauro da Costa Albuquerque, de 24 anos, sofreu um acidente envolvendo um peixe-leão na Praia de Bitupitá, em Barroquinha, no interior do Ceará. Ele pisou no animal e sofreu com dores, convulsões e teve duas paradas cardíacas. Segundo a esposa, ele ficou internado durante seis dias por conta do acidente.
De acordo com os especialistas, a espécie é altamente venenosa e já foi encontrada em diversos locais do litoral cearense, inclusive em pontos turísticos famosos, como Jericoacoara. É o primeiro caso de acidente com esta espécie registrada em ambiente (ou seja, no mar) no Brasil, segundo o pesquisador Marcelo Soares.
“Esse é o primeiro acidente de peixe-leão registrado no Brasil em campo, em ambiente raso. Havia sido registrado alguns acidentes, mas em aquários, por pessoas que trabalham em aquários. Isso mostra que o animal está invadindo o ambiente”, disse o professor Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Embora os acidentes com o peixe-leão raramente sejam letais, o animal injeta uma toxina neuromuscular que pode causar sintomas como febre e convulsões. Até ontem (25), Francisco Mauro seguia com dores no peito e no local da picada, mas a mulher dele disse que houve evolução no quadro de saúde e que ele já tinha recebido alta do hospital.
O peixe-leão é considerado uma das espécies mais invasoras e de risco global. Ele se alimenta de invertebrados, como camarões. É um peixe agressivo, além de ser peçonhento, e possui 18 espinhos venenosos capazes de provocar acidentes.
A orientação caso alguém aviste ou tenha informações sobre o peixe-leão no Brasil é repassar os dados através do Sistema Integrado de Manejo de Fauna (SIMAF) do Ibama ou entrar em contato com o Programa Cientista-Chefe da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Ceará.
*** Com informações do G1