Após dois anos do vírus da Covid-19 ter sacudido o mundo, a pandemia parece pequena se comparada às ameaças de longo prazo representadas pelas mudanças climáticas. O Relatório de Riscos Globais 2022 — uma série de documentos centrais ao Fórum Econômico de Davos — reúne as opiniões de cerca de 1.000 especialistas em negócios, governo e academia de 124 países e indica o fracasso em gerenciar as mudanças climáticas como o principal risco global na próxima década com potenciais danos às comunidades, economias e ao planeta.
Esse alerta, vindo de tantos representantes mundiais, deixa claro que a crise climática também está se transformando em uma crise econômica relevante. Aqui no Brasil, desde 2021, temos visto isso de perto. O País tem enfrentado a pior crise hídrica da história, e, como consequência, a população foi surpreendida com valores altíssimos nas contas de energia elétrica.
Com a criação de uma nova bandeira tarifária, batizada de “escassez hídrica”, a mais cara até hoje, que ficará em vigor até abril de 2022, iniciativas isoladas, como lembrar-se de apagar as luzes após deixar os ambientes, reduzir tempo de banho ou desligar alguns aparelhos da tomada já não são mais suficientes para reduzir significativamente o valor da conta, especialmente no caso de famílias grandes. É necessário conscientizar e envolver toda a família no processo para obter uma redução que realmente faça uma diferença positiva no orçamento familiar.
Segundo o Diretor-geral do Project Management Institute (PMI), Ricardo Triana, colocar em prática algumas técnicas de gerenciamento de projetos pode ajudar a organizar a atividade e a motivar toda a família a participar. A seguir, confira as dicas do executivo para montar um planejamento, diminuir o consumo e o valor da conta de energia e, consequentemente, contribuir para diminuir o impacto das mudanças climáticas no planeta:
- Reúna toda a família e comecem conversando sobre o porquê de estarem fazendo o planejamento, de que forma a família se beneficiará disso e como cada um poderá ajudar. Se possível, escolham juntos incentivos, caso as metas de redução de gastos sejam alcançadas, como um passeio especial ao final do período.
- Determinem até quando a família fará esse esforço conjunto, em quais horários, se será apenas durante a semana ou também nos finais de semana. Tenham bem determinadas datas e horários de início e de fim das ações.
- Definam quais sacrifícios vocês estão dispostos a fazer e também aquilo que não estão abertos a sacrificar. Exemplo: abrirão mão de momentos de lazer e diversão dentro de casa, como passar a usar menos o videogame e a televisão? Se sim, em quanto tempo vão reduzir o uso diário? Durante quais dias e horários? Assistirão à TV com a luz da sala apagada? Desativarão alguns eletrodomésticos?
- Pensem em situações que podem fazer com que o plano não funcione e como resolverão isso. Se, por exemplo, um dos filhos não cumprir o que foi determinado, como farão para que ele se sinta motivado e comprometido? Ou, ainda, qual será a consequência, caso alguém não estiver seguindo o plano?
- Escolham formas de se organizarem para que tudo saia conforme o planejado. Pode ser colocando um quadro ou uma cartolina num local visível com as diretrizes que ficarem definidas, ou lembretes espalhados pela casa.
- Decidam a pessoa que gerenciará a comunicação, ou seja, que ficará responsável por receber e compartilhar informações importantes, tais como ser informada sobre a falta de engajamento de membros da família ou comunicar a todos, mensalmente, se o plano está trazendo resultados, com base nos valores das contas de energia.
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