Membro da diretoria do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo), Ony Rodrigues lamentou a morte de um funcionário da Esalq/USP ontem (29), conforme noticiamos, em decorrência de um ataque de abelhas. Segundo ele, o caso poderia ter sido evitado.
Em nota enviada ao PIRANOT, Rodrigues disse que o plano de retorno ao trabalho presencial, criado pela universidade, não está sendo cumprido como deveria, principalmente no setor onde a morte ocorreu. “Derli estava executando uma tarefa sozinho, sem nenhum companheiro que pudesse socorrê-lo. Um trabalho que poderia ser executado em outra oportunidade”, lamentou.
Procurada no final da tarde pelo PIRANOT, a Esalq não enviou, até a publicação desta notícia, um posicionamento sobre este caso.
Nota completa
Leia abaixo na íntegra a nota como ela foi recebida, sem edição.
“Qual o valor de uma vida”.
A tragédia ocorrida na tarde de hoje no Campus da ESALQ em Piracicaba, mais precisamente na Faz. Areão, onde um trabalhador teve a sua vida ceifada, devido um ataque de “abelhas”, ou seja, a USP tem em plano de retorno ao trabalho presencial com diversos pontos de exigências e cuidados devido a pandemia causada pelo Covid 19 que acomete o país a mais de um ano, que já vem lutando contra este vírus que já vitimou mais de 400 mil vidas.
Na ESALQ temos diversos setores de pesquisas dentro do Campus, mas o setor onde esta ocorrência aconteceu é o mesmo setor ao qual pertence o diretor atual do Campus, setor este que desde o último plano USP de retorno ao trabalho presencial, vem exigindo dos funcionários, que estes prestem um horário de 12hs semanais de trabalhos presenciais, mesmo sem serem atividades que possam ser classificadas como essenciais, basta ver a atividade que o companheiro estava realizando quando sofreu este fatídico ataque feito pelas abelhas.
No Campus da ESALQ nós temos muito isso, chefes de setores, departamentos, responsáveis por setores que agem contra as medidas que a própria USP estabeleceu em relação a pandemia, as quais classificamos como medidas mínimas necessárias para salvaguardar as vidas do maior patrimônio da universidade que são os servidores.
Como vemos no ocorrido nesta fatalidade com o companheiro, o trabalhador estava executando um serviço de manutenção, limpeza, sozinho, sem nenhum servidor que pudesse estar ali no exato momento para prestar os primeiros socorros ao servidor quando este sofreu este ataque das abelhas, um serviço que com toda certeza poderia ser feito ou executado em um momento quando tudo estivesse voltando ao mínimo normal aceitável dentro das atividades nesta unidade da USP.
Só tenho que lamentar muito a perda repentina de um servidor, trabalhador, companheiro, amigo, lutador e que sempre esteve na linha de frente junto com a categoria em nossas lutas por melhores condições de trabalho, por nossos direitos e pelos nossos reajustes salariais, Companheiro DERLI SEMPRE PRESENTE, DERLI PRESENTE, DERLI PRESENTE, meus sentimentos.
Esta fatalidade poderia sim ter sido evitada, e não ter ocorrido, se os gestores desta unidade seguissem o plano de retorno ao trabalho presencial existente dentro das unidades da USP.
Velório
DERLI CANDIDO PENA
Faleceu ontem na cidade de Piracicaba aos 62 anos de idade e era casado com a Sra. Neusa Maria Penna. Era filho do Sr. Valdemar Candido Pena e da Sra. Regina Rodrigues Pena, já falecida. Deixa um filho: Rafael Augusto Pena casado com Cintia Cristina Bonassi Pena. Deixa 02 netas e demais parentes e amigos.
O seu sepultamento dar-se-a hoje as 13:30 hs, saindo a urna mortuária do velório municipal de Rio das Pedras, seguindo para o cemitério Municipal de Rio Das Pedras, onde será inumado em jazigo da família.