Profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Piracicaba (SP), assim como todos profissionais da linha de frente no combate à Covid-19, estão relatando o cansaço e exaustão pela demora e espera para conseguir vagas e equipamentos médicos para pessoas infectadas pela doença.
Um dos profissionais entrou em contato com o PIRANOT e contou que ficou “mais de 4hs na porta da UPA Piracicamirim, sem almoço, esperando uma vaga e um bico de oxigênio para uma paciente que ficou no interior da ambulância por todo esse tempo, até que se esgotasse por completos os dois torpedos (cilindros de oxigênio) grandes e um pequeno da ambulância”. Ele relatou ainda que “a paciente foi mantida sob essas circunstâncias em respeito a vida da mesma, a fim de proporcionar o mínimo de conforto respiratório”.
Segundo o profissional, casos assim vêm se tornando frequentes. “Há de convir que vivemos uma situação triste e caótica na qual boa parte da população ainda não se deu conta da gravidade, nossa cidade está na UTI, importante conscientizar mais a população pelos meios de comunicação no intuito de dar valor ao que temos de mais precioso: as nossas vidas”.
É importante lembrar que o lockdown não é período de férias e diversão, mas sim de cuidados. Em nota, o profissional da linha de frente ainda destacou para que a população só procure as UPAs com extrema necessidade, devido à exposição desnecessária ao vírus. “A população precisa fazer o uso consciente do transporte de urgência e emergência (SAMU) para não tirar a vaga de quem mais precisa”.
“Vale ainda saber que não temos leitos hospitalares e nem nas UPAs para pessoas com Covid-19, também não temos bico de oxigênio ou até espaço físico para intubação se necessário”, desabafou o profissional.
Ele finalizou a nota agradecendo. “Agradeço pela atenção ao desabafo de um contribuinte e amigo dos que dão valor à vida”.