Estudo mostra que maior concentração de biodiesel no combustível traz ganhos ambientais relevantes
O uso de um combustível com maior concentração de biodiesel colabora com o meio-ambiente. Seis ônibus de Piracicaba utilizados no experimento deixaram de emitir cerca de 25 toneladas de gás carbônico (CO2) no ar.

Estudo elaborado pela professora Gisele Bortoleto, do curso de Biocombustíveis da Fatec Piracicaba, constatou que a utilização de um combustível com maior concentração de biodiesel pode gerar grandes ganhos ambientais. Durante o período da pesquisa – setembro de 2019 e março de 2020 – seis ônibus de Piracicaba utilizados no experimento deixaram de emitir cerca de 25 toneladas de gás carbônico (CO2) no ar.
Gisele levou em conta o ‘Projeto Experimental B20 – Piracicaba no caminho da sustentabilidade’, realizado em 2019 pela Prefeitura de Piracicaba, pela Fatec e pela Via Ágil, a ex-concessionária do transporte urbano municipal. Durante o estudo, seis ônibus da frota urbana pertencentes à empresa Via Ágil utilizaram diesel com adição de 20% de biodiesel (B20), enquanto outros seis ônibus, que circularam em condições semelhantes, mantiveram o diesel tradicional (B11) para efeito de comparação. “Os resultados de projetos experimentais como o nosso indicam os mesmos de outros similares, como o ‘Biodiesel B20 – O Rio de Janeiro anda na frente’, realizado em 2010”, cita a professora.
Em Piracicaba, os resultados experimentais referentes à emissão de gases do efeito estufa demonstraram que quase 25 toneladas de gás carbônico (CO2) deixaram de ser emitidas à atmosfera.
Relacionado a isso, vale lembrar uma importante pesquisa realizada pelo Instituto Totum e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica. Tal pesquisa estima que cada árvore da Mata Atlântica – considerando as diferentes idades e espécies -, absorve 163,14 kg de CO2 ao longo de seus primeiros 20 anos. “Assim, a não emissão desse total de CO2 equivale ao plantio de 153 árvores”, observa Gisele.
De acordo com a analista ambiental da Sedema, Juliana Gragnani, “o consumo de biocombustíveis em substituição aos combustíveis fósseis contribui para a redução da emissão de gases do efeito estufa, principal responsável pelas mudanças climáticas, e projetos como esse estimulam outras iniciativas semelhantes, contribuindo para que Piracicaba se torne cada vez mais sustentável”.
Em outra frente, o ‘Projeto Experimental B20’ também ofereceu indicadores preliminares (ainda inconclusivos) em relação ao consumo dos ônibus. Uma das hipóteses é de que a utilização de um combustível com maior concentração de biodiesel não necessariamente implique no aumento do consumo do veículo, o que poderia acentuar os custos com abastecimento.
O projeto contou ainda com a parceria de outras empresas do setor privado como Aroma Bioenergia Ltda., que cedeu o tanque para armazenamento do B20, Dorothy Intermediações e Agenciamento Ltda., Raízen, Mann Filter e Piracicaba Eletrodiesel.

Informar Erro