O vereador Láercio Trevisan, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, subiu à tribuna da Casa nesta segunda-feira (22) para comentar a linha de trabalho que está sendo adotada na Comissão de Estudos do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), a qual preside.
Segundo ele, cinco servidores da autarquia foram ouvidos na quarta-feira (17) e o conteúdo será encaminhado ao Ministério Público. Os argumentos chamaram a atenção do parlamentar. “Omissão, negligência, improbidade administrativa”, disse. “Se depender [de mim] e dos demais vereadores da Comissão, não vai virar pizza”, completou.
Trevisan disse ter sido informado que na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) do Bela Vista, desde a sua fundação, nunca houve fiscalização no local, inclusive existe uma sala reservada ao Semae e que sempre permaneceu fechada. Já na ETE do Piracicamirim, a equipe de fiscalização foi destituída pelo atual presidente do semae, o qual transferiu os fiscais para outros setores.
Os funcionários da autarquia também teriam relatado na CPI que uma empresa de grande porte da cidade é isenta da tarifa de esgoto. Trevisan definiu a questão como “grave” e disse que isso ocorre por se tratar de “amigos do rei”.
Trevisan se disse insatisfeito também com um problema quase diário: a constante falta de água em vários bairros de Piracicaba, por longos períodos de tempo. Esse problema, de acordo com um dos depoentes, só acontece por conta de ordens para que bombas fossem fechadas em algumas regiões da cidade.
Ainda durante os depoimentos, Trevisan descobriu sobre a inadimplência de 10 mil contas de água, que, mesmo não sendo recebidas pelo Semae, obriga a autarquia a pagar pela tarifa de esgoto à empresa Águas do Mirante, em função de PPP (parceria público-privada) estabelecida entre ambos.