Foco de discussão intensa neste primeiro semestre de 2018, a captação de água no Município pode ganhar reforço com a construção de represas nos quatro principais ribeirões de Piracicaba. “Quando se estudava a busca por novas fontes, chegou-se a cogitar estes mananciais, e isso é possível fazer”, diz o vereador José Aparecido Longatto (PSDB), presidente do Fórum Permanente em Defesa do Rio Corumbataí.
Ele informa que tem conversado com o prefeito Barjas Negri (PSDB) a realização de estudos para que os ribeirões Tamandupá, Paredão Vermelho, Pau d’Alho e Congonhal tenham sistema de represamento de água para servirem como alternativa á capitação atual feita no rio Corumbataí. “Estes locais têm água de qualidade, com excelente PH e boa oxigenação, temos condições de captar de lá”, defende.
A proposta surge em um momento em que a cidade discute a criação de empreendimento imobiliário em terreno próximo ao rio Corumbataí, na região norte da cidade. Neste semestre, foi aprovada a possibilidade de construção de cerca de mil casas em área que fica próxima do manancial. Embora Longatto acredite que isso não criará dificuldade para a captação de água – que fica a cerca de dois quilômetros de distância do novo bairro –, é preciso buscar alternativas.
“Quando a Prefeitura encaminhou o projeto de Operação Urbana Consorciada, eu não via nenhum impedimento para aprovar o empreendimento”, disse. “Toda construção deverá ser feita dentro das leis, a partir de estudos de impacto de vizinha e também de impacto ambiental”, avalia. Mesmo assim, ele acredita que a cidade precisa olhar outras possibilidades de captação de água por conta do crescimento populacional e pela demanda crescente de recursos naturais nos próximos anos.
“Eu fico muito à vontade para falar sobre o rio Corumbataí, porque eu conheço essa bacia de jusante a montante”, disse. Ele relatou que, neste ano, já teve diversas reuniões junto aos órgãos de defesa ambiental da Promotoria do Estado de São Paulo para frear empreendimentos irregulares contra o manancial.
“Havia algumas mineradoras de extração de areia que estavam instalando produção na cabeceira do Ribeirão Cabeça, principal afluente do Passa Cinco (que deságua no rio Corumbataí), e pelo nosso trabalho, consegui que o prefeito da cidade de Itirapina fosse chamado para conversar com o doutor Ivan Carneiro, do Gaema/MP, com o objetivo de frear essas instalações que seriam prejudiciais”, disse.
Longatto destaca que a defesa ambiental precisa ser constante e, no caso das bacias hidrográficas da região, precisam ser focadas na gestão do lixo doméstico e industrial, do esgoto e das nascentes. “Depois de tanto falar da importância da preservação ambiental, as cidades que estão na região da nossa bacia estão ajudando bastante e acredito que Piracicaba não terá problema com a falta d’água”, disse.