O IEP (Instituto Educacional Piracicabano), informou na tarde desta quarta-feira (16), que acionou a Justiça do Trabalho após professores e funcionários decidirem nesta semana manter a greve que está deixando cerca de quatro mil alunos da UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba), sem aulas.
Segundo o IEP, no último 14 de agosto foram enviadas cinco propostas para conciliação para apreciação das assembleias docentes e de funcionários (as), mas nenhuma foi aprovada.
A primeira proposta era para a criação de um fórum de diálogo para formação de pauta, discussão e aprovação do orçamento, em consequência abrindo possibilidade para a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A segunda é para também a criação de um forúm de diálogo com as devidas representações para análise do laudo técnico sobre o status em operação do sistema de gestão informatizado Totvs, que substituiu o antigo Mainframe em operação há mais de 25 anos e que gerou diversos problemas aos estudantes, entre elas a não efetivação de matriculas e geração de boletos sem descontos do FIES e da ACIPI.
A terceira proposta era para manutenção por quatro meses do banco de dados do sistema Mainframe, que fora congelado em 31/5/2017, para consulta de dados pelo grupo de trabalho de acompanhamento da implantação do Totvs.
Já a quarta é também para a criação de um forúm entre o IEP e a comunidade acadêmica da UNIMEP, conduzido por meio de GT (Grupo de Trabalho), para falar sobre a autonomia universitária questionada pelos grevistas, e a elaboração de um orçamento para a UNIMEP.
A quinta e última proposta é para que, a cada três meses, esse orçamento criado pelo forúm ser revisado. “Destaque-se que o Conselho Universitário da UNIMEP não apresenta orçamento ao IEP, conforme previsto em Estatuto da Universidade, há vários anos.”, disse o Instituto.
O IEP diz ainda que tem tentado “manter o diálogo, condicionando à aprovação de um orçamento, que é requisito previsto pelo próprio Estatuto da UNIMEP e necessário para a existência e bom funcionamento de qualquer instituição, as assembleias de docentes e funcionários(as) recusaram a proposta e optaram pela manutenção da greve.” e que “Diante da recusa às propostas, o IEP entrou com solicitação de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho.”.
PROTESTO – Professores, alunos e funcionários da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) participam nesta quinta-feira (17), de dois atos públicos na cidade. A partir das 12 horas, o grupo promove passeata pelas ruas centrais, com início em frente ao Colégio Piracicabano, na rua Rangel Pestana e, às 14 horas, participa de audiência pública na Câmara de Vereadores.
As manifestações têm o objetivo de sensibilizar a cidade para a situação enfrentada na Unimep, que sofre com a falta de autonomia universitária e o constante desrespeito a direitos de professores, funcionários e alunos. Os professores e funcionários estão em greve desde o dia 08 de agosto e representantes dos estudantes ocupam instalações dos campi Taquaral, em Piracicaba, e Santa Bárbara D’oeste.
A passeata pelas ruas centrais da cidade foi decidida a partir de uma ação conjunta entre funcionários, professores, alunos e pais de alunos do Colégio Piracicabano, que também é mantido pelo Instituto Educacional Piracicabano. Os manifestantes devem se dirigir primeiro à Igreja Metodista Central e, em seguida, para a Câmara de Vereadores.
A reunião na Câmara, a partir das 14 horas, será realizada no Salão Nobre Helly de Campos Melges, e foi marcada por iniciativa do presidente do legislativo municipal, vereador Matheus Erler (PTB). A Câmara aprovou, na sessão da última segunda-feira (14), requerimento de autoria de Erler, que tramitou em regime de urgência, e alerta à comunidade para os problemas enfrentados na universidade.
ASSEMBLÉIA – Também nesta quinta-feira, às 19h30, professores, funcionários e estudantes realizam nova assembleia geral, no Teatro Unimep. A expectativa é que ocorra até lá alguma manifestação nova da Rede Metodista de Educação que possa ser exposta durante a reunião.
A comunidade de professores, alunos e funcionários reivindica o respeito à autonomia da universidade nos seus aspectos acadêmicos, administrativos e financeiros, além da reativação imediata do sistema operacional ‘antigo’ da instituição, a fim de que se garantam as condições necessárias ao atendimento dos alunos. Professores e funcionários também pedem a negociação e a assinatura de Acordo Coletivo de Trabalho Interno e o respeito às convenções coletivas das respectivas categorias, com o fim de atrasos de salários e regularização de depósitos de FGTS, entre outras medidas.