Com uma dívida de quase R$ 14 milhões, a Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba pode deixar de atender nas próximas semanas parte dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O provedor da instituição, João Orlando Pavão, contou, em reunião com vereadores na última semana, que tem atrasado o pagamento de médicos por falta de dinheiro e pediu ajuda.
Segundo Pavão, o débito da prefeitura está em R$ 13.969 milhões desde abril de 2017. “É preciso, urgentemente, que a gente una as forças, com a Câmara e a população para fazer com que a prefeitura faça alguma coisa para efetuar o pagamento. Eu não serei irresponsável de tomar empréstimo bancário para continuar do jeito que estamos atendendo”, disse.
O provedor da Santa Casa ponderou que se a prefeitura não pagar o que deve à Santa Casa, terá que tomar uma medida mais drástica, “o que não queremos”, disse, lembrando que recebeu a determinação do prefeito para que atenda somente aquilo que foi contratado.
Durante o encontro, que teve cerca de 45 minutos, Pavão também cobrou responsabilidade das esferas estadual e federal. Informou que esteve em Brasília, onde foi recebido pelo presidente da República, Michel Temer, e pelo ministro da Saúde, 20 deputados e três senadores, junto da Frente Parlamentar da Saúde, para resolver o problema.
ATRASO DE BENEFÍCIOS – “Nunca atrasamos o pagamento dos colaboradores, mas há cinco meses pagamos os honorários de 350 médicos com atraso e parcelado. Isso nunca ocorreu. Por certo, teremos o caos. Não posso aceitar que a prefeitura esteja sem dinheiro para me pagar. Eu vim na Casa do Povo, são vocês que recebem a reclamação primeiro. Precisamos unir Câmara, prefeitura, governos estadual e federal, e acharmos uma solução para isso”, disse Pavão que desabafou ao dizer que todo mundo diz que, embora não ter caixa, a Santa Casa tem que atender.
O provedor defendeu audiência com o prefeito, porque a situação está se tornando insustentável.
POSICIONAMENTOS – O vice-presidente da Câmara, Ronaldo Moschini (PPS), falou de sua experiência como médico socorrista do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que atende a população além de seus limites. O parlamentar também reconheceu a necessidade do aumento do número de leitos hospitalares.
Gilmar Rotta (PMDB) reconheceu a necessidade de Piracicaba investir mais na saúde pública.
O vereador Marcos Abdala (PRB) também considerou o problema e cobrou apoio das 26 cidades da região.
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Para o vereador José Aparecido Longatto (PSDB), a situação da saúde no Brasil também passa pela responsabilidade do governo federal em liberar mais verbas aos municípios.
ATRASO DE REPASSE FEDERAL – Ainda segundo Longatto, o governo federal, desde o ano passado, está devendo um repasse de R$ 10 milhões à Piracicaba e comentou sobre a importância da Câmara avaliar o problema, o que demandará ações junto ao prefeito e secretário municipal de Saúde.